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quarta-feira, 4 de julho de 2012

FALANDO DE ROGATO


Abrimos, com muita honra e admiração, este espaço para homenagear um verdadeiro artista que, através de suas lentes, fez a alegria de muitas famílias  e que deu a Alagoas a oportunidade de ter suas belezas naturais e potencialidades econômicas e culturais  vistas fora do plano provincial.
Estamos falando de Guilherme Rogato, nascido em San Marco Argentano, na região de Consenza, na Itália , no dia 7 de dezembro de 1898, e  filho de Guiseppe Rogato e Filomenta Ponte Rogato, que emigraram para o Brasil, desembarcando no Porto de Santos , almejando uma nova vida, em  16 de setembro de 1910. Tinha o nosso homenageado apenas  12 anos de idade. Foi no ano de 1918, acompanhado de seu amigo argentino Ramon Spá, e a título de promover uma Exposição Fotográfica em Maceió, que Guilherme Rogato  pisou em solo alagoano pela primeira vez, desembarcando na ponte de Jaraguá. Após o evento, os dois artistas na arte de fotografar  retornaram para o Rio de Janeiro,  em 2 de fevereiro de 1919, onde tinham um atelier à Rua Buenos Aires, 317.
Maravilhado com a gente e as belezas suntuosas de Alagoas, Rogato  retorna  e decide fixar residência provisória em Maceió, à Rua  15 de Novembro, 89. Isso deu-se no dia 13 de fevereiro de 1921. Logo, eram vistos frequentemente nas páginas do velho Jornal de Alagoas, o seguinte anúncio:  “ aceita-se chamados para executar em domicílio qualquer trabalho fotográfico e cinematográfico, achando-se para isso devidamente aparelhado”.
Diante da competência profissional de Rogato e da divulgação de sua arte nas vitrines da loja A Carioca, localizada no centro da capital, a clientela ia crescendo dia a dia.
Além de exímio fotógrafo, o ítalo-alagoano era amante da considerada sétima -arte , o cinema. Daí, haver criado a Rogato-Film, responsável pela realização de vários documentários que deram movimento as imagens alagoanas nos aspectos político-econômico e social. No ano de 1921, mês de abril, era anunciada na coluna TELAS E PALCOS, do Jornal de Alagoas, a exibição dos primeiros filmes produzidos pela Rogato-Film, nas telas do Cine Odeon e Cine Delícia, dentre esses O Carnaval Alagoano  e Um Pouco de Alagoas.

OS ATORES LOUIS GIRARD E MORENA MENDONÇA EM CENA

O primeiro longa-metragem  feito em  terras alagoanas, produzido pela Gaudio-Film e idealizado e dirigido por Guilherme Rogato foi Casamento É Negócio? . O elenco tinha como protagonistas Moacir Miranda, Louis Girard, Armando Montenegro, Morena Mendonça e o popularizado Major Bonifácio. As primeiras locações deram-se na Praça Deodoro e Praça Sinimbu( nesta localidade estava edificada a casa do escritor Graciliano Ramos, usada durante as filmagens).   
A exibição oficial de Casamento É Negócio? deu-se  em 7 de abril de 1933, no cassino Capitólio.
Rogato faleceu, anonimamente, no dia 9 de setembro de 1966, em Maceió, sem que os jornais alagoanos dessem qualquer nota de registro. Todavia, como enfatiza o escritor e crítico de arte, Elinaldo Barros, em seu livro ROGATO – A Aventura do Sonho das Imagens em Alagoas, de 1993, “ mas, como todo aquele que no labor de sua jornada deitou sementes em seu caminhar, Rogato colheu, mesmo após o esquecimento e a morte, duas crônicas que o homenagearam com toda a força do merecimento. Como uma sábia ironia, as mesmas páginas do Jornal de Alagoas acolheram a crônica de Paulo de Castro Silveira, na terça-feira de 9 de setembro 1966_ ROGATO, O PIONEIRO.  E, no domingo, dia 18, foi publicada a de Heliônia Ceres, em sua coluna, A SEMANA QUE EU VÍ “.
Rogato foi casado  com Maria Rosa Greco, uma descendente de italianos, em evento realizado em Cambuci/SP ,e teve duas filhas:  Ada Rogato ( pioneira da aviação no Brasil) e Flávia Rogato, conceituada médica maceioense.
Guilherme Rogato é um nome que deve ser sempre lembrado como aquele que elevou  Alagoas a um patamar maior , através da divulgação de imagens em movimento de suas belezas naturais e tradições culturais.

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