MILHARES DE PESSOAS REÚNEM-SE DIANTE DA TORRE EIFFEL PARA COMEMORAR A MAIOR DATA NACIONAL DA FRANÇA QUE É A QUEDA DA BASTILHA, E QUE COMPLETA, HOJE, SEUS 223 ANOS. |
A
Queda da Bastilha, foi um evento central da Revolução
Francesa, ocorrido em 14 de julho de 1789. Embora a Bastilha, fortaleza medieval utilizada como prisão contivesse, à época, apenas sete prisioneiros, sua queda é tida como um
dos símbolos daquela revolução, e tornou-se um ícone da República
Francesa. Na França, o quatorze juillet (14 de julho) é um feriado nacional, conhecido formalmente como Fête de la Fédération ("Festa da Federação"), conhecido
também como Dia da Bastilha em
outros idiomas. O evento provocou uma onda de reações em toda a França, assim
como na Europa, que se estendeu até a distante Rússia Imperial.
Durante
o reinado de Luís XVI, a França passava por uma grande crise financeira, desencadeada pelo custo da intervenção do país na Guerra Revolucionária Americana, e exacerbada por um sistema desigual de taxação. Em 5 de maio os Estados-Gerais de 1789 se reuniram para lidar com o problema, porém
foram impedidos de agir por protocolos arcaicos, e pelo conservadorismo do Segundo Estado, que consistia da nobreza - 1,5% da população do país na época. Em 17 de junho o Terceiro Estado, com seus representantes vindos da classe média, ou bourgeoisie (burguesia), se reorganizou na forma da Assembleia Nacional, uma entidade cujo propósito era a
criação de uma constituição francesa. O rei inicialmente opôs-se a este
acontecimento, porém eventualmente foi obrigado a reconhecer a autoridade da
assembleia, que passou a ser chamada de Assembleia Nacional Constituinte.
A
invasão da Bastilha e a consequente Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão formaram o terceiro evento desta fase
inicial da revolução. A primeira havia sido a revolta da nobreza, ao se recusar
a ajudar o rei através do pagamento de impostos.[1] A segunda havia sido a formação da Assembleia
Nacional e o Juramento
da Sala do Jogo da Péla.
A
classe média havia formado a Guarda Nacional, ostentado rosetas tricolores, em azul, branco e vermelho, que logo se tornariam o símbolo da
revolução.
Paris
estava à beira da insurreição e, nas palavras de François Mignet,
"intoxicada com liberdade e entusiasmo",[2] mostrando amplo apoio à Assembleia. A imprensa
publicava os debates realizados na Assembleia, e o debate político acabou se
espalhando para as praças públicas e salões da capital. O Palais-Royal e seus jardins tornaram-se palco de uma reunião
interminável; e a multidão ali reunida, enfurecida, decidiu arrombar as prisões da Abbaye
para soltar alguns granadeiros que teriam sido presos por disparar
contra o povo. A Assembleia encaminhou os guardas presos à clemência do rei, e
após retornarem à prisão, acabaram por receber o perdão. As tropas, até então
consideradas confiáveis pelo rei, agora passaram a tender pela causa popular[3
História
A grande prisão do estado
terminou sendo invadida porque um jornalista, Camille
Desmoulins, até então desconhecido, discutiu em frente ao Palácio Real e pelas ruas
dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão
sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam socorrer-se das armas para
defender-se. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o
antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de
vinte e oito mil mosquetes e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora
porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha.
Marcharam então para lá. A massa revoltosa era composta de soldados
desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários,
negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de
Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e 82
"inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em
funcionamento.
Durante o assédio, o marquês de Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no
entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido
na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio
durou aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam
que somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.
Launay teve um fim trágico.
Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas
ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o
aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada.
Posteriormente a massa incendiou e destruiu a Bastilha, localizada no bairro
Santo Antônio, um dos mais populares de Paris. O episódio, verdadeiramente
espetacular, teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia
chegou provocou um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa
espetacular havia ocorrido. Mesmo na longínqua Königsberg (hoje Kaliningrado, na Prússia
Oriental), atingida
pelo eco de que o povo de Paris assaltara um dos símbolos do rei, fez com que o
filósofo Immanuel Kant, exultante com o acontecimento, pela primeira vez na sua vida se
atrasasse no seu passeio diário das 18 horas.
( Fonte: Wikipedia )
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