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sábado, 14 de janeiro de 2012

12 MOMENTOS POLÍTICOS QUE ABALARAM O BRASIL

ATENTADO CONTRA CARLOS LACERDA

Lacerda, um dos principais opositores do governo Vargas, iniciara sua campanha a deputado federal. Como havia sido ameaçado de morte algumas vezes, um grupo de simpatizantes, oficiais de Aeronáutica, decidiram servir-lhe de segurança durante seus comícios. Depois de um deles, realizado na noite de 4 de agosto de 1954, no pátio do Colégio São José, o jornalista volta para casa acompanhado de seu filho Sérgio (então com 15 anos) no automóvel do major-aviador Rubens Florentino Vaz. Ao chegar na rua Tonelero, os três saltam do veículo e, ao se despedirem, uma pessoa surge das sombras e dispara vários tiros. O major, desarmado, tenta se defender, mas é atingido mortalmente no peito. Enquanto isso, Lacerda leva seu filho para a garagem do prédio e volta disparando contra o agressor, que foge num táxi. Um guarda municipal que estava nas proximidades, Sávio Romero, ouve os disparos e, ao verificar o que estava acontecendo, também é atingido por um tiro, conseguindo porém anotar a placa do veículo fugitivo.

INVESTIGAÇÃO
Naquela mesma madrugada a imprensa começa a divulgar os detalhes do crime. O motorista do táxi, Nelson Raimundo de Souza, sabendo então que seu veículo fora identificado, decide se apresentar a uma delegacia. Inicialmente alega inocência, dizendo que apenas pegara o passageiro e não tinha conhecimento do crime, mas confessa seu envolvimento após depoimento à Polícia Militar.
O ponto de táxi de Nelson ficava na Rua Silveira Martins, esquina da Rua do Catete - junto ao então palácio presidencial - e costumava servir aos integrantes da guarda pessoal de Getúlio. Um desses integrantes, Climério Euribes de Almeida, combinara com o taxista de dar fuga em seu veículo a ele e um pistoleiro, Alcino João do Nascimento.
Alcino, na verdade um marceneiro em dificuldades financeiras, fora contratado meses antes por José Antônio Soares para executar um desafeto. Ele aceitara prontamente o serviço, matando porém a pessoa errada. Isso não impediu que José o indicasse para cumprir uma tarefa semelhante encomendada por Climério. Ficou acertado que o atentado seria cometido durante um comício de Lacerda na cidade de Barra Mansa. Entretanto o carro de Nelson enguiçou, forçando o adiamento para 4 de agosto, data do próximo comício do jornalista. No dia, Climério e Alcino seguiram para o Colégio São José, mas o taxista, que deveria encontrá-los ali para a fuga, se atrasou. Já tarde da noite, os três decidiram seguir então para a casa de Lacerda.
Após a troca de tiros, Lacerda sai ferido no pé direito, e o major Vaz, depois de ser atingido por duas balas de uma pistola calibre 45 (de uso exclusivo das Forças Armadas), morre a caminho do hospital. O comando da Aeronáutica assume as investigações em 8 de agosto, mesmo dia em que Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio e apontado como mandante do crime, confessa sua participação. Climério e Alcino são capturados pouco tempo depois.

SUICÍDIO DE GETÚLIO VARGAS

Depois do episódio da rua Toneleros, os grupos oposicionistas exigiram o afastamento de Vargas da presidência da República. Setores das Forças Armadas e da sociedade civil se uniram aos grupos de oposição e exigiam que Vargas renunciasse. No dia 24 de agosto, um ultimato dos generais, assinado pelo ministro da Guerra, Zenóbio da Costa, foi entregue a Vargas.

O presidente se encontrava no Palácio do Catete, quando redigiu uma carta-testamento e suicidou-se com um tiro no peito. O impacto provocado pela notícia do suicídio de Vargas e a divulgação da carta-testamento foi intenso e acabou se voltando contra a oposição. Grandes manifestações populares de apoio ao ex-presidente estouraram em várias cidades do país.

Comícios organizados por líderes sindicais e políticos ligados ao getulismo responsabilizavam a UDN e o governo norte-americano pelo fim dramático de Getúlio. Órgãos de imprensa, como o jornal "O Globo" entre outros, e a embaixada dos Estados Unidos foram alvo de ataques populares. Greves de trabalhadores também ocorreram como forma de protesto. Depois de algumas semanas, as manifestações e agitações populares cessaram.

Com a morte de Vargas, assumiu o governo o vice-presidente
Café Filho, que ficou encarregado de completar o mandato até o fim de 1955. O suicídio de Vargas, porém, acabou sendo muito explorado, tanto por políticos que o apoiavam como grupos da oposição, nas disputas eleitorais.

GOLPES DE LOTT E DENYS

GENERAL LOTT

Prosseguia a escalada da conspiração udenista contra a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. O General Lott, ministro da Guerra, exigia a prisão do Coronel Jurandir Mamede, que havia pronunciado um discurso provocativo no enterro do General Canrobert. O Presidente Café Filho estava internado no Hospital dos Servidores. O vice, Carlos Luz, deixou o General Lott várias horas na ante-sala de seu gabinete. Ao recebê-lo, comunicou-lhe a demissão e a sua substituição pelo General Fiúza de Castro, cuja posse fora marcada para o dia seguinte, 11 de novembro de 1955.
Recolhendo-se à sua residência oficial, o General Lott foi surpreendido por um telefonema de campanha do General Denys, que lhe sugeriu colocar os tanques na rua e derrubar o governo. O Presidente Carlos Luz ainda se refugiou a bordo do Tamandaré, tentando instalar o governo em São Paulo. Dez dias depois, a 21 de novembro, o Presidente Café Filho teve alta do hospital e pretendeu voltar ao governo. Foi também impedido pelos tanques, que cercaram seu edifício em Copacabana.


REBELIÕES DE JACAREACANGA E ARAGARÇAS
A Rebelião militar que se estendeu de 10 a 29 de fevereiro de 1956, liderada pelo major Haroldo Veloso e pelo capitão José Chaves Lameirão, ambos oficiais da Aeronáutica. Acantonados em Jacareacanga, no Pará, os rebeldes lograram manter sob seu controle por alguns dias a cidade de Santarém e mais três pequenos povoados. A revolta consistiu, em essência, num teste à autoridade do governo de Juscelino Kubitschek, que fora iniciado em 31 de janeiro de 1956 e enfrentava a aberta hostilidade de grande parte da oficialidade da Aeronáutica e da Marinha.

RENÚNCIA DE JÂNIO

O dia 21 de agosto de 1961 Jânio Quadros assinou uma resolução que anulava as autorizações ilegais outorgadas a favor da empresa Hanna e restituía as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional. Quatro dias depois, os ministros militares pressionaram a Quadros a renunciar: «Forças terríveis se levantaram contra mim…», dizia o texto da renuncia.
De acordo com Auro de Moura Andrade, as razões de seu ato, citado em sua carta renúncia, entregue ao ministro da Justiça Oscar Pedroso Horta, foram:
Fui vencido pela reação e, assim, deixo o Governo. Nestes sete meses, cumpri meu dever. Tenho-o cumprido, dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções nem rancores. Mas, baldaram-se os meus esforços para conduzir esta Nação pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, o único que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive, do exterior. Forças terríveis levantam-se contra mim, e me intrigam ou infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, e indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo, que não manteria a própria paz pública. Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para os operários, para a grande família do País, esta página de minha vida e da vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia.
Saio com um agradecimento, e um apelo. O agradecimento, é aos companheiros que, comigo, lutaram e me sustentaram, dentro e fora do Governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade.
O apelo, é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus patrícios para todos; de todos para cada um.
Somente, assim, seremos dignos deste País, e do Mundo.
Somente, assim, seremos dignos da nossa herança e da nossa predestinação cristã.
Retorno, agora, a meu trabalho de advogado e professor.
Trabalhemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria.
Brasília, 25-8-61.
a) J. Quadros

Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, - o derrubador de presidentes - percebendo que Jânio fugia ao controle das lideranças da UDN, mais uma vez se colocou como porta-voz da campanha contra um presidente legitimamente eleito pelo povo (como havia feito com relação a Getúlio Vargas e tentado, sem sucesso, com relação a Juscelino Kubitschek). Não tendo como acusar Jânio de corrupto, tática que usou contra seus dois antecessores, decidiu impingir-lhe a pecha de golpista.
Em um discurso no dia 24 de agosto de 1961, transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, Lacerda denunciou uma suposta trama palaciana de Jânio e acusou seu ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, de tê-lo convidado a participar de um golpe de estado.
Na tarde de 25 de agosto, Jânio Quadros, para espanto de toda a nação, anunciou sua renúncia, que foi prontamente aceita pelo Congresso Nacional. Especula-se que talvez Jânio não esperasse que sua carta-renúncia fosse efetivamente entregue ao Congresso. Pelo menos não a carta original, assinada, com valor de documento.
O popular rádio jornal daquela época, o Repórter Esso, em edição extraordinária, no dia 25 de agosto, atribuiu a renúncia a "forças ocultas", frase que Jânio não usou, mas que entrou para a história do Brasil e que muito irritava Jânio, quando perguntado sobre ela.
Cláudio Lembo, que foi Secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura durante o segundo mandato de Jânio, recorda dois pedidos de renúncia que Jânio lhe entregou - e preferiu guardar no bolso. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo disse Lembo:

Ele fazia isso em momentos de tensão ou muito cansaço, ou de "stress", como os jovens dizem hoje. Era aquele cansaço da luta política, de quem diz 'vou embora'. Mas não era para valer.[
Era voz corrente, na ocasião, que os congressistas não dariam posse ao vice-presidente, João Goulart, cuja fama de "esquerdista" agravou-se após Jânio tê-lo enviado habilmente em missão comercial e diplomática à China. Essa fama de "esquerdista" fora atribuída a Jango quando ele ainda exercia o cargo de ministro do Trabalho no governo democrático de Getúlio Vargas (1951-1954), durante o qual aumentou-se o salário mínimo a 100% e promoveu-se reforma agrária – atitudes essas consideradas suficientemente "comunistas" pelos setores conservadores na época.
Por outro lado especula-se que Jânio estaria certo de que surgiriam fortes manifestações populares contra sua renúncia, com o povo clamando nas ruas por sua volta ao poder - como ocorreu com Charles de Gaulle. Por isso Jânio permaneceu por horas aguardando dentro do avião que o levaria de Brasília a São Paulo.
Tudo indica, entretanto, que algum tipo de arranjo foi feito, nos bastidores da política, para impedir que a população soubesse em que local Jânio se encontrava nos momentos mais cruciais - imediatamente após a divulgação de sua carta de renúncia.
Jânio Quadros alegou a pressão de "forças terríveis" que o obrigavam a renunciar, forças que nunca chegou a identificar. Com sua renúncia abriu-se uma crise, pois os ministros militares vetavam o nome de Goulart. Assumiu provisoriamente Ranieri Mazzili, enquanto acontecia a Campanha da Legalidade; nesta campanha destacou-se Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango. Com a adoção do regime parlamentarista, e consequente redução dos poderes presidenciais, finalmente os militares aceitaram que Goulart assumisse. O primeiro Primeiro-Ministro do Brasil foi Tancredo Neves. A experiência parlamentarista, contudo, foi revogada por um plebiscito em 6 de janeiro de 1963, depois de também terem sido primeiros-ministros Brochado da Rocha e Hermes Lima.


GOLPE MILITAR DE 1964

O Golpe Militar de 1964 designa o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, e que culminaram no dia 1 de abril de 1964, com um golpe de estado que encerrou o governo do presidente João Belchior Marques Goulart, também conhecido como Jango. Entre os militares brasileiros, o evento é designado como Revolução de 1964 ou Contrarrevolução de 1964
Jango havia sido democraticamente eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – na mesma eleição que conduziu Jânio da Silva Quadros do Partido Trabalhista Nacional (PTN) à presidência, apoiado pela União Democrática Nacional (UDN).
O golpe estabeleceu um regime alinhado politicamente aos Estados Unidos da América e acarretou profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-s da Revolução de 1964.
u até 1985, q Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, o primeiro presidente civ 1960.

 FRENTE AMPLA
JUSCELINO E LACERDA

No dia 4 de setembro de 1967 foi formalizada a aliança política dos ex-Presidentes  Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart com o ex-Governador Carlos Lacerda. Anteriormente, a 20 de novembro de 1966, Lacerda havia estado com JK em Lisboa e lançaram um manifesto conjunto em que pediam  a formação de "um grande partido popular de reforma democrática". Em maio, Lacerda encontrou-se com Jânio, que concordou em entrar para a Frente, desde que a liderança não fosse entregue ao próprio Lacerda. Em 25 de setembro, o ex-governador foi a Montevidéu e esteve com o ex-Presidente João Goulart, conseguindo sua adesão. A formalização da Frente Ampla deu-se na residência do ex-Deputado Renato Archer, escolhido como seu secretário-geral. No fim da reunião, foi divulgado um comunicado com os princípios gerais do movimento, em que se pregava uma política de defesa das riquezas nacionais, não se cogitando ainda do lançamento de uma candidatura à sucessão do Presidente Costa e Silva. Foi extinta pelo governo através da Portaria nº 177.

A MORTE DO ESTUDANTE EDSON LUÍS E O AI-5


Edson Luís de Lima Souto (Belém, 24 de fevereiro de 1950Rio de Janeiro, 28 de março de 1968) foi um estudante secundarista brasileiro assassinado pela Polícia militar durante um confronto no restaurante Calabouço, centro do Rio de Janeiro. Edson foi o primeiro estudante assassinado pela Ditadura militar e sua morte marcou o início de um ano turbulento de intensas mobilizações contra o regime militar que endureceu até decretar o chamado AI-5.
Nascido em uma família pobre, iniciou os estudos na Escola Estadual Augusto Meira em Belém, no Pará. Mudou-se para o Rio de Janeiro para fazer o segundo grau no Instituto Cooperativo de Ensino, que funcionava no restaurante Calabouço.
Em 28 de março de 1968, os estudantes do Rio de Janeiro estavam organizando uma passeata relâmpago para protestar contra a alta do preço da comida no restaurante Calabouço, que deveria acontecer no final da tarde do mesmo dia.
Por volta das 18 horas, a Polícia militar chegou ao local e dispersou os estudantes que estavam na frente do complexo. Os estudantes se abrigaram dentro do restaurante e responderam à violência policial utilizando paus e pedras. Isso fez com que os policiais recuassem e a rua ficasse deserta. Quando os policiais voltaram, tiros começaram a ser disparados do edifício da Legião Brasileira de Assistência, o que provocou pânico entre os estudantes, que fugiram.
Os policiais acreditavam que os estudantes iriam atacar a Embaixada dos Estados Unidos e acabaram por invadir o restaurante. Durante a invasão, o comandante da tropa da PM, aspirante Aloísio Raposo, atirou e matou o secundarista Edson Luís com um tiro a queima roupa no peito. Outro estudante, Benedito Frazão Dutra, chegou a ser levado ao hospital, mas também morreu

SEQUESTRO DO EMBAIXADOR AMERICANO

Em seu moderno Cadilac preto, o embaixador norte-americano Charles Elbrick era conduzido por seu motorista português tranquilamente pelas ruas do bairro de Botafogo, rumo à Embaixada dos Estados Unidos, logo depois do almoço. Sem que soubesse, militantes do grupo armado MR-8 o aguardavam desde cedo na Rua Marques, prontos para dar o bote. De repente, quando o carro oficial dobrou uma curva foi fechado imediatamente por dois Fuscas, dos quais saíram três homens armados prontamente posicionados para render o alvo, que nada pôde fazer para resistir.
Após percorrerem alguns quarteirões, os militantes abandonaram no Cadilac o motorista e uma carta, endereçada às autoridades do regime militar, exigindo a soltura de 15 presos políticos, os quais seriam trocados pelo embaixador. Esses prisioneiros, após serem soltos, deveriam ter a liberdade de partir para o exílio no México, sem qualquer intervenção das forças autoritárias. Era a primeira vez na América Latina que um diplomata era seqüestrado por razões políticas.

A MORTE DE JUSCELINO

Presidente do Brasil eleito por voto popular, natural de Diamantina, Minas Gerais, teve sua gestão no período entre 1956 e 1960.
Formou-se em Medicina, tendo ingressado como capitão-médico na polícia militar de Minas Gerais. Foi prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1950-1954), senador por Goiás (1962-1964).
Assumiu a presidência sob forte crise político-militar, mas conseguiu levar avante um arrojado projeto de governo. Iniciou a arrancada industrial brasileira com o lema 50 anos em 5, sendo lançado durante sua gestão o primeiro automóvel nacional.
Inaugurou a rodovia Belém-Brasília e a nova capital federal, uma época em que os candangos trabalhavam a toque de caixa e até o cimento era transportado por avião.
Cassado pelo militarismo em 1964, foi essa a única razão pela qual não se candidatou novamente à presidência da República, ato que interrompeu sua ascensão política.
Em novembro de 1965, no que chamou de exílio voluntário, abandonou o país e foi para a Europa. Com relação a uma de suas virtudes artísticas, a Companhia Internacional de Seguros distribuiu como brinde a seus clientes em 1977, um disco onde J.K. interpreta Elvira, Escuta, modinha muito popular em sua terra natal.
Dotado de razoáveis recursos vocais, ele tinha grande admiração pela música e adorava ouvir Peixe Vivo. O título do disco em questão é Cantares Brasileiros.
O acidente na Via Dutra, onde pereceram o ex-presidente e seu motorista particular durante 36 anos, foi causado por um ônibus que teria fechado o opala de J.K., fazendo com que este se chocasse com uma carreta.
Tempos antes, foi registrado o seguinte diálogo entre patrão e empregado: Geraldo, se você morrer primeiro do que eu, vou segurar a alça do seu caixão. E Geraldo retrucou:
E se o senhor for antes, farei o mesmo. No que Juscelino falou: Não, somos irmãos, vamos morrer juntos.
No editorial do The New York Times de 25 de agosto de 1976:
A morte de Juscelino Kubitschek de Oliveira, aos 73 anos, vem retirar do palco latino-americano não só uma das personagens políticas mais ricas dos últimos tempos, como um homem que fez coisas impressionantes.
Enfrentando a oposição ferrenha e até ridicularizado, o Presidente Kubitschek perseguiu obstinadamente o seu sonho de transferir a capital brasileira para o interior do país, a 600 milhas do Rio de Janeiro... a maior contribuição do Dr. Kubitschek ao continente americano durante sua presidência (1956/196l), foi a operação Pan Americana, um projeto de mobilização de enormes recursos para o desenvolvimento das Américas.
Em 1995, foi publicado Juscelino, uma História de Amor, de João Pinheiro Neto e onde relata o romance de dezoito anos entre JK e Maria Lúcia Pedroso, uma socialite carioca. O ex-presidente era casado com Dona Sarah Kubitschek. Faleceu aos 73 anos, em 22 de agosto de 1976.
MOVIMENTO DIRETAS JÁ !


Diretas Já foi um movimento civil de reivindicação por eleições presidenciais diretas no Brasil ocorrido em 1983-1984. A possibilidade de eleições diretas para a Presidência da República no Brasil se concretizou com a votação da proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira pelo Congresso. Entretanto, a Proposta de Emenda Constitucional foi rejeitada, frustrando a sociedade brasileira. Ainda assim, os adeptos do movimento conquistaram uma vitória parcial em janeiro do ano seguinte quando seu principal líder, Tancredo Neves, foi eleito presidente pelo Colégio Eleitoral.

Lideranças e Personalidades

O movimento agregou diversos setores da sociedade brasileira. Participaram inúmeros partidos políticos de oposição ao regime ditatorial, além de lideranças sindicais, civis, artísticas, estudantis e jornalísticas. Dentre os políticos, destacaram-se Tancredo Neves, Leonel Brizola, Miguel Arraes, José Richa, Ulysses Guimarães, André Franco Montoro, Dante de Oliveira, Mário Covas, Gérson Camata, Orestes Quércia, Carlos Bandeirense Mirandópolis, Luiz Inácio Lula da Silva, Eduardo Suplicy, Roberto Freire, Luís Carlos Prestes, Fernando Henrique Cardoso, Marcos Freire, Fernando Lyra e dentre personalidades em geral destacaram-se Sócrates (futebolista), Christiane Torloni, Gianfrancesco Guarnieri, Fafá de Belém, Chico Buarque, Martinho da Vila, Osmar Santos, Juca Kfouri entre outros.

Consequências

Para reprimir as manifestações populares, durante o mês de abril de 1984, o então presidente João Figueiredo aumentou a censura sobre a imprensa e ordenou prisões. Houve violência policial. Apesar da rejeição da Emenda Dante de Oliveira na Câmara dos Deputados, o movimento pelas "Diretas Já" teve grande importância na redemocratização do Brasil. Suas lideranças passaram a formar a nova elite política brasileira. O processo de redemocratização termina com a volta do poder civil em 1985, com a aprovação de uma nova Constituição Federal em 1988 e com a realização das eleições diretas para Presidente da República em 1989.

IMPEACHMENT DE COLLOR

Em meados de 2002, estouram as denúncias sobre corrupção no governo Collor. Revistas e jornais investigam. Milhões de cidadãos, no país todo, saem às ruas. Há comícios exigindo o impeachment, que nunca tinha sido praticado no Brasil. Em fim de setembro, a Câmara dos Deputados vota o afastamento do presidente, que no final do ano é julgado pelo Senado. Em pleno julgamento, Collor tenta renunciar, mas o Senado o condena assim mesmo à perda do cargo.


Esses meses foram marcados por traços notáveis. Primeiro, a calma. Não houve medo de golpe militar. A ditadura tinha acabado havia pouco tempo, mas a sociedade processou seu trauma com bastante tranqüilidade. Segundo, por isso mesmo, o respeito às instituições. Tribunais e parlamentares agiram como deles se esperava. Terceiro, e aí sim, o entusiasmo, as paixões exaltadas, começando pela indignação e culminando na euforia: sim, uma política ética é possível. Um movimento surgiu, com o nome de “ética na política”.

A MORTE DE TANCREDO NEVES

Depois de 21 anos de regime militar e uma transição política negociada para a posse do governo civil, os brasileiros esperavam que os novos tempos de democracia tivessem início em clima de festa. Não foi o que aconteceu.
A votação do colégio eleitoral, realizada em 15 de janeiro de 1985, escolheu Tancredo Neves, 75 anos, para presidente e as notícias que se seguiram não foram nada festivas. Saído de uma campanha cansativa, o político mineiro passou a sentir fortes dores abdominais e foi internado na véspera da posse. Trinta e oito dias depois, seu falecimento foi anunciado pelo porta-voz Antônio Britto, no Hospital das Clínicas de São Paulo. Apesar das esparsas discussões jurídicas que questionavam a possibilidade de o presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, assumir a Presidência, prevaleceu a interpretação tradicional. José Sarney, eleito vice na chapa de Tancredo, tornou-se então o primeiro presidente civil depois de mais de duas décadas


FONTES DE PESQUISA (TEXTOS E FOTOS) : REVISTAS MANCHETE E CRUZEIRO; JORNAIS O GLOBO E DO BRASIL. WWW.COMENTARIODAMEMORIA.COM



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